quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Vamos fazer Amor com Pecado?

Libere de meus sonhos sórdidos
Esses gritos de aflição
Afaste de mim estes olhos
Que sangram traição

Por que tens mãos torpes?
E infinitas, obscenas?
Mirais meus olhos disformes
Vês uma velha mecenas?

Esgote meus mofinos lamentos
Que tormentam meu corpo devasso
Esqueça daqueles ditosos momentos
De cunho tão escasso

Por que tens essa cegueira?
Esse doce canto doloso?
Vês que não me encontro inteira?
Não enxergas este ódio fogoso?

Afaste dessa alma teus lábios
Libere-me deste cárcere
Preencha-me de versos sábios
Tire-me deste insano mármore!

Não amarei mais tuas palavras impuras
Sujas de perfídia perversidade
Esquecerei desta vida a amargura
Fugirei com louvável sagacidade

Renegarei então essa morbidez dilatada
Existirei em tão bela harmonia
Numa supérflua brisa emancipada
Flutuarei na Nona Sinfonia




Para você, amiga querida. Espero ter traduzido corretamente seus sentimentos.

terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

Conclusões dispersas

Me sinto perdida,
Absorta nas incertezas da juventude
Afogada nas certezas inibidas
Pela rotineira falta de atitude

Me falta inspiração,
Nesse emaranhado de devaneios
Não consigo a mínima alucinação
Para acalmar meus contínuos anseios

Me sinto escusada,
Minha mente sonha com um futuro de saber
Vivendo fora do consenso
De que somos o que aparentamos ser

Me sinto exata,
Há tempos fugi dessa moda pacata
Ao descobrir que a razão não passa de uma ilusão
E que essa vida é só fruto de minha fértil imaginação...

Me sinto encontrada,
Meio à esse torto espírito
Entrei num transe lírico
Ao descobrir que a razão é uma cilada.

Me sinto assim,
Num vazio errôneo
De delírios sem fim
Nesse mundo antagônico.

Adormecendo demônios

Vá às nuvens criança
Durma logo, que o sol já vêm
Ande, sonhe com a dança
Dos anjos inexistentes do além

O manto de estrelas já cobriu a luz
Durma, durma! Que amanhã logo aparece
A manhã já, já produz
O mais belo sonho da jeunesse.

sábado, 21 de fevereiro de 2009

Carolina

Carolina, venha comigo
Que o tempo é fugaz
Venha, num futuro contido
De paixão e nada mais

Oh Carolina, dê-me teu amor
Vamos separá-lo até não existir mais dor
Cortá-lo em partes iguais
Para tornarmos imortais

Dê-me teus sonhos então
Vamos deixar com que sejam uma velha ilusão
Vamos transformá-los em realidade
Apenas parte de nossa bela insanidade

Carolina, maestra da rima
Como teu canto me alucina!
Carolina, é brilhante tua sinfonia
Vamos logo para cervejaria!

Menina de admirável temeridade
Garota, quem se importa com a idade
Quando tua mente supera a perfeição?
Quando teus olhos transbordam a razão?

Carolina, é venenosa tua doce pureza
Como é louca tua incrível beleza
Carolina enfeitiçou minha mente
Tirou-me dessa realidade delinquente

Não chore, Carolina
Pelo canto de teu coração
Não perca esse mundo que te ilumina
De tão clara e bela paixão

Cante para a vida, Carolina!
Veja como é perfeito teu ser
Entregue-se à essa linda harmonia
Que te cobre de poesia e de saber

Menina, você veio de um mundo
Repleto de desvarios e ilusões
Vêm de um passado imundo
Castigado por arrependimentos e traições

Mulher de perfeição inibida
Rara poetisa, possui o dom da arte
Rainha contida,
Não ligue para o mal que já parte

Carolina, venha comigo
É em teu mundo que posso viver
Venha, num sonho contido
De poesia e de saber.

Vêm, o trem parte ao amanhecer
Vêm, sem você não sei ser
Vêm, já está na hora
Mas sem você não vou embora.

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Verdade de quem?

Assinarei um papel imaginário
Firmarei um acordo sanguinário
Com uma comum absurdidade:
A errônea e falsa verdade

Esta fora criada há tempos
Quando por incontáveis adventos
O homem dispôs-se a crer
Que sua mente era a fonte eterna do saber

E com essa precisa certeza
Uniram-se os homens de cada nação
Que com admirável braveza
Sacrificaram outras vidas por uma ilusória razão

E com esse conceito em comum
Surgiram determinadas divindades
Que por asco ao incomum
Isolaram-se em suas próprias realidades

Formaram-se então as classes sociais
O senhor feudal virou aristocrata
O proletário permaneceu em condições anais
E somos nós o fruto de uma raça sociopata

Mas como um certo sábio diria
Somos nós o futuro do mundo
Estriparemos então a tirania
Dilaceraremos esse passado imundo!

Esqueçamos portanto essa moral burguesa
Essa podridão hipócrita
Gerada pela porra da incerteza
De nossa Nação Incógnita

Vamos à luta, príncipes da mudança,
Subverter essas mentes fétidas!
Uivemos o canto da esperança,
Acabemos enfim com as verdades pérfidas!

domingo, 15 de fevereiro de 2009

C'est quoi?

Pour quelque raison
Un enfant a rit.

Daria tanto para ver com os olhos dessa criança
Ver as pessoas sorrindo fazendo passos de dança
Ver o mundo urrando em êxtase com um orgasmo
Ver a Natureza agradecendo com entusiasmo
Ver ao menos a mínima coerência
Em toda e qualquer existência
De nosso louvado Homem.

Mas a Razão
Com sua língua de açúcar confessou:
Mon amour, tu n'est plus qu'un morceau
D'une tarte pourri.

Hahaha

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

Nossas frívolas vidas

Todo homem anseia

Todo poeta devaneia

Toda criança inventa a dor

Para obter um admirador.

Arranja-se um emprego,

Ganha-se dinheiro,

Foge-se do diabo,

Para contemplar o resultado.


A velha moribunda

Em seu leito de morte pergunta:

Meu filho, tens orgulho do que tenho?

E este responde sem empenho:

O que tens, não consigo ver.

E a mulher diz sem se conter:

Mas o que sou, diga-me sem pudor!

Então o filho desiste:

Minha velha, o espelho é teu único admirador.


A velha lutou mas a morte veio

e

Ninguém aplaudiu seu desempenho.

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

Cuspindo tua peçonha

A pouco pretendi esquecer
Deixei minha mente cair
Deixei meu corpo te perder
Fiz a amargura enfim escapulir

Toco agora a liberdade
Amo agora a realização
Conheço então a verdade
Mas por que duvida o meu coração?

Diga-me que estou certa
Engane-me com teus lábios
Limpe a ilusão que vaza incerta
Ajude-me nesses atos falhos

Por que desavenho?
Me diga a razão para tamanha dúvida!
Não acredito, mas despenco
Do mais alto pico da mente lúrida

E parecia-me tão exata
Essa certeza tão incerta
Parece-me então tão errada
Essa tristeza coberta

E outros espectros dançam
Num baile estouvado
E essas vozes cantam
Penetram em meu coração dilacerado

Logo percebo o que já havia cometido
Que horror, não me ensinaram a gostar
Não gosto do que não amo, não gosto do já vivido
Não gosto do som da palavra entregar

E entreguei-me a você
Entreguei-me ao meu tresvario
Entreguei-me sem poder, à tua mercê
Entreguei-me a um beijo vadio

E assim entregando-me percebi
Que na ciranda da paixão
Não vale mais mentir
Só vale abrir mão.

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

Clemência por si, irrompida numa manhã de verão

Ela julgou-se superior ao que de fato era. Desapontada, desiludida.
Talvez existisse a possibilidade de vencer. Ainda existia a esperança.
Agora, tornou-se algo que há muito se foi. O vento levou as cinzas de sua existência.
Ela provou o gosto pútrido da derrota. Desamparada, devassa.
Talvez existisse a possibilidade de ser extraordinária. Ainda existia a ilusão.
Agora, tudo não é mais o que deveria ser. O futuro mudará seu passado, de forma insana, seus sonhos se quebraram.
A única coisa que lhe resta é o amor por algo maior que si. Ela não mais esperará de sua capacidade. Ela é agora feita para dar. Dali sua felicidade voltará.

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Desamor crónico

Engraçado esse seu jeito
De declarar o eterno amor
Estranho esse meu defeito
De nunca retribuir o ardor

Transito num mar infinito
De correntezas sem crença
Nesse fluxo maldito
Não te mata minha indiferença?

Nunca compreendi sua paixão
Como tão fugazmente brota a loucura
As ingênuas palavras, não vê que são em vão?
Não te incomoda minha insana amargura?

Minha escassa vivência
Me provou estranhas reações
Não sei se é uma tendência
Mas nunca amei essas feições

Não entendo a dor que sinto
Quando seus lábios vazam calor
Não posso provar que minto
Quando vomito palavras de amor

Não me entrego ao captativo
Não anseio o conjugal
Nunca provei do concupiscente
É caro o oblativo
Tão precioso quanto o magistral
Ao inverso do platónico
E distante do possessivo
Vivo assim nesse desamor colossal

Descubra-me.

Minha foto
Sou fruto da nudez de meus instintos e da pureza de minhas paixões