domingo, 28 de junho de 2009

Antes de nos tornarmos banais

Me prende, me vence
Ela me quer nu
Pra ver o tempo passar
E o amor chegar
De jeito tocável.

Se lembra quando o amor
Ainda era saciável?

sexta-feira, 26 de junho de 2009

Boca de almas

Em seus corpos encontro a solidão impura
E em suas histerias enxergo a calada poesia
E de suas angústias faço rimas de injúria
Sou suas fantasias,
Suas libidinosas miragens
A mentira anônima
Sou a alma de seus personagens
Sou uma constante heterônima

quarta-feira, 24 de junho de 2009

Sei meus limites por ter visto o que há além das fronteiras impostas

Vou me atirar
em meu mar
Pois se não viver do oceano
Cavarei minha própria cova
Na terra batida de rotina.

Donne-moi tes amours, ta vie, ton sourrire- je ne peux plus mentir

Cansei do tempo
Do Tempo imprevisto
Do tempo para provar
Do tempo que os poetas levam para amar
E o Tempo cansado de esperar
Para provar que o que os poetas cantam
É o que sei atuar
E o tempo de arte ilustra
A tão ilustre dança
A qual sem tempo não pude dançar
Sem tempo não pude aprender
A te amar
O Tempo roubou-me o saber
De como viver
Sem minha doente solidão
Jovem pureza
Me entrega à certeza temporal
De que o que dizem os poetas
Em meu corpo é ilusão


Mais ils ont brulé mon amour
Ils ont acheté mon coeur
Pour un peu de chaleur
Et um morceau de passion

Vou matar o Tempo

Nos querem todos iguais

A lucidez de meus erros a assusta
Ela, dengosa, me enleia
Me afana, me usa, me abusa
E meu corpo incendeia

A perdição de meus atos a seduz
Digo breve calúnias do coração
Ela me responde com olhos de luz
Muda, recita a solidão

Eu, louco, retiro-me em meu corpo
Oco, ela tirou-me minha razão
Minha quimera perdeu-se em seus lábios
Eu quero prazer, quero seus seios vários

A menina ama pra pagar
Os sonhos de futuro amor
Mas de pirraça, não há de amar
Os calados corações que iludem com seu ardor

Hei de falecer por teu sorriso
E do álcool viverei por regozijo
Pois se em outros corpos ela me ama
O que faz em minha cama?
Senão manter a falsa precaução
Sem saber que ao me amar ela alimenta
Minha necessária solidão

terça-feira, 23 de junho de 2009

confissões embriagadas

e agora me pergunto
se enfim aprendi a amar
os fatos relutam
e me ensinam a forjar

forjo em meu grito a dor
em meu gemido o amor
em meu sonhos o ardor
de quem nunca aprendeu a viver

de tanto dançam
a poesia do sorrir
de tanta paixão já me esqueço
de que amar não é sofrer

de tanto amam
sem saber dizer
proclamam, recitam
palavras sem sentir

minto, canto
me engano, te amo
mas logo verá
que minha dança é decorada

pois em teu alvará
nada resta além da dúvida
em meu canto, embriagada
sofro nua

sem saber como gostar
sem aprender a amar
sem saber se o que amo
é de fato o forjar

então admito logo:
do que gosto
de fato
é me enganar

sábado, 20 de junho de 2009

Jamais me entregarei

Essa exatidão temporal me cansa,
me entulha de deveres,
me rouba os prazeres,
impõe a desesperança- sou incerta, viverei na contradança

terça-feira, 9 de junho de 2009

Gozemos em harmonia

Quero da rosa solitária
O perfume furtado
Da brandura ilusória
O valor deslustrado

Quero pela arte negar
Esta dor controlada
Por um sonho vulgar
Da vida emancipada

Quero seu corpo perder
Pois de tão usado, já me canso
O forjado viver
Não mais amo, canto

Cantam a frigidez do ser
Cantam a perdição da rotina
Canto o vício do prazer
Canto minha razão aguerrida

Se hoje a ilusão não é capaz
De recuperar a pureza do pecado
Ao aliarmos massificados cantos
Estorvaremos o porvir condenado

Se na utopia nos esquecemos de crer
Se a paixão deixou então de ser
Todos os corpos devo amar
Para enfim à liberdade retornar

Quero da verdade simbólica
Recuperar o homem perdido
Quero do prazer simplório
O real inibido

Quero ao longe amar
Ao som mais virginal
Quero na vida sambar
Com meu ímpeto animal

Descubra-me.

Minha foto
Sou fruto da nudez de meus instintos e da pureza de minhas paixões