segunda-feira, 19 de abril de 2010

Os olhos dos outros

Não chore, menina bonita
Se o mundo a quer
Partindo para virar guerreira,
Calçar os pés

Caindo para voltar à beira
Sem mar sequer
Tentando engolir areia
Para virar maré

Ah, linda mulher da vida
Envolve-te em ramos
E entregue sua alma servida
Aos cegos e ciganos

Ah, garota de todos os poucos
De todos os que não te enxergam
Palavra daqueles outros
E dos muitos que te levam

Lave com suas lágrimas o corpo
Molhe seu coração
Ah, velho corpo novo
Seco de solidão

Menina dos olhos pro mundo
Da mente e idéia adunca
Criança de sonho fecundo
Que essa sua vida não acabe nunca

sexta-feira, 9 de abril de 2010

Pequena palavra para pacatos

Quem não desordena
A liberdade condena

domingo, 4 de abril de 2010

Obscena conveniência

Eu perco os papéis da poesia
Eu esqueço a porta aberta
Eu perco as razões da alegria
Eu morro e morro desperta
Meus passos perdem o chão
Minhas palavras perdem a paixão
Minha mão calejada e calada
Não desenha mais a ilusão
Eu ganho acalentos da azia
Eu encontro olhos de razão
Eu ganho razões pra agonia
Eu sujo meus pés de solidão
Eu deixo minha alma vazia,
Para seus passos encontrarem meu chão

Eu esqueço a porta aberta,
Você entra e entra sem poesia
Eu sorrio e meço a oferta
Eu entrego-me por cortesia

Descubra-me.

Minha foto
Sou fruto da nudez de meus instintos e da pureza de minhas paixões