terça-feira, 28 de setembro de 2010

Renego o amor

São nessas horas de solidão forçada
E de desilusão contente
Que enxergo em mim uma alma aguada
Escorrendo pelo vício imprudente
Vício este pela já manjada tristeza
Pelo salgado das lágrimas de estimação
Pela busca da certeza
De que o buraco de meu coração
É preenchido pelo torpe tumor da crueza

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Ócio aflito

Morrem na garganta as palavras profícuas
As únicas que para algo serviriam
Em seu lugar, o golfo de rimas oblíquas
Quem diria que estas não me alimentariam?
Agora ando faminta, minha mente ossuda em contrição
Vertendo o veneno da ilusão
Dissolvendo-me as idéias e emudecendo meus sentidos
Quem diria que não são sinceros meus sorrisos?
Estes, espelhos da imensidão oca de meu eu pensante
Consomem meu saber
Pois esquecendo-me do intelecto sufocante
Posso com a ignorância aprender a viver

Les plaintes du condamnè

Como queriam os erros meus
Sedar minha mente aflita
Embriagar os remorsos ateus
E emudecer minhas conquistas
Como queriam meus sonhos despertos
Desbravar minha realidade adormecida
Fazer desses urros incertos
A música da razão iludida
E frente à face do inimigo destemido
Queria meu corpo ceder à terra do passado
Enterrar-se num suspiro sucumbido
E retornar ao repouso furtado
E agora que de desilusões e misérias
Minha carne se alimenta
Como quer meu eu se esquecer!
Se perder
Se render à solidão mórbida dos suicidas,
Pois já não sou carne,
Sou lágrimas arrependidas

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Descubra-me.

Minha foto
Sou fruto da nudez de meus instintos e da pureza de minhas paixões