Não há preza que apresse a prece
Naquele culto de corpo e canto
O hino que a mente emudece
O grito que faz do homem o santo
Vem a batida de fé no peito
O rito da ilusão nos pés
Que presos e sem jeito
Querem fugir de viés
Sobe no sangue a razão
O erro rasgando a garganta
Empurrando pela boca o coração
Arrancando da alma uma santa
Maria de olhos vendados
Prendeu minha mente ao chão
Crentes de corpos fechados
Morreram ao beber a ilusão
O Diabo sentado aos risos
Descendo com o mato pelas goelas
Para os que crêem, regozijos
Para os que vêem, as sequelas
Deram-me forças, deram-me
O peito para a razão
Deram-me olhos, deram-me
O espelho da putrefação
Que seja esse delírio coletivo, então
Os passos de sua fuga
Que corra até a morte, em vão
Pois é o amor a real cura
segunda-feira, 30 de novembro de 2009
segunda-feira, 23 de novembro de 2009
Oração a Santa Cruz
Esses dias descobri um canto
Meu canto, tão leve
Foi encontrado em meio ao pranto
De uma solidão breve
Em meu canto pus meus cantos
Cantos de desejos e ilusões
Nele meu descanso,
Tornou-se a razão de minhas paixões
E agora é meio estranho,
Como se o mundo não me coubesse
Quando saio nem me encanto
Com o real que me transparece
Na rua perguntam-me quem sou
Mas ora, como hei de saber?
Se sendo me descubro,
Mas não antes de morrer
Irei-me com o segredo no túmulo
E por isso irei sem ser?
Quando nua perguntam-me pra onde vou
Mas veja, que graça há em saber?
Se indo assim no descuido,
Vagueando na escuridão do sem-ver
Irei sem olhos prum futuro
Que já era certo de ser
Se lhe perguntarem pra onde ir,
Diga que já fui por aí,
Que não volto pra realidade
Sem antes sentir saudades da dor
Que não volto à sanidade
Sem antes desvirtuar o pudor
Pois não é me vendo que me enxergam
Não é minha carne minha verdade
Minha alma que postergam
Não passa duma calamidade
Afinal sou minha vontade,
Não o que de minha vontade fizeram
Meu canto, tão leve
Foi encontrado em meio ao pranto
De uma solidão breve
Em meu canto pus meus cantos
Cantos de desejos e ilusões
Nele meu descanso,
Tornou-se a razão de minhas paixões
E agora é meio estranho,
Como se o mundo não me coubesse
Quando saio nem me encanto
Com o real que me transparece
Na rua perguntam-me quem sou
Mas ora, como hei de saber?
Se sendo me descubro,
Mas não antes de morrer
Irei-me com o segredo no túmulo
E por isso irei sem ser?
Quando nua perguntam-me pra onde vou
Mas veja, que graça há em saber?
Se indo assim no descuido,
Vagueando na escuridão do sem-ver
Irei sem olhos prum futuro
Que já era certo de ser
Se lhe perguntarem pra onde ir,
Diga que já fui por aí,
Que não volto pra realidade
Sem antes sentir saudades da dor
Que não volto à sanidade
Sem antes desvirtuar o pudor
Pois não é me vendo que me enxergam
Não é minha carne minha verdade
Minha alma que postergam
Não passa duma calamidade
Afinal sou minha vontade,
Não o que de minha vontade fizeram
Sobre as cores, dores e amores
Regardez, les jeunes
La bleunesse de mon coeur
Alors que ma douleur
Est devenue jaune!
La bleunesse de mon coeur
Alors que ma douleur
Est devenue jaune!
quinta-feira, 12 de novembro de 2009
Ma France
Vou-me embora
Deixando essa vida para trás
Não posso chorar agora
A alegria foi tão fugaz
Adeus às lembranças e aos amores
Adeus à criança que já não sou mais
Bebi do amor, vomitei as dores
Conheci a solidão que agora jaz
Vou-me embora, vou-me agora
O tempo já não resiste mais
Vou-me embora, já é hora
Meu amor o tempo refaz
26/06/08
Deixando essa vida para trás
Não posso chorar agora
A alegria foi tão fugaz
Adeus às lembranças e aos amores
Adeus à criança que já não sou mais
Bebi do amor, vomitei as dores
Conheci a solidão que agora jaz
Vou-me embora, vou-me agora
O tempo já não resiste mais
Vou-me embora, já é hora
Meu amor o tempo refaz
26/06/08
segunda-feira, 9 de novembro de 2009
Brincadeiras de Roda
Veio o ladrão de olhares
Tirar meus pés do chão
Veio com pesares
Ensinando-me a a ilusão
Arrancou minha pele dos ossos
Máscara da imperfeição
Fez de seus olhos mortos
A cura de minha razão
Veio o sonho de infância
Dar-me a mão
Trocar olhos de petulância
E ir-se em vão
Lhe faltou o toque
Lhe prometi o amor
Lhe dei a tristeza
Para evitar a dor
Sigo cambaleante
Sem direção
Sem forças
Para a paixão
Sigo dançante
Na contramão
Com forças
Para a ilusão
Que sem sonhos na mão
Morro assim,
O corpo erguido
e a alma no chão.
Tirar meus pés do chão
Veio com pesares
Ensinando-me a a ilusão
Arrancou minha pele dos ossos
Máscara da imperfeição
Fez de seus olhos mortos
A cura de minha razão
Veio o sonho de infância
Dar-me a mão
Trocar olhos de petulância
E ir-se em vão
Lhe faltou o toque
Lhe prometi o amor
Lhe dei a tristeza
Para evitar a dor
Sigo cambaleante
Sem direção
Sem forças
Para a paixão
Sigo dançante
Na contramão
Com forças
Para a ilusão
Que sem sonhos na mão
Morro assim,
O corpo erguido
e a alma no chão.
quinta-feira, 5 de novembro de 2009
A punição da culpa pelo tempo mal-vivido
A, quem me dera se esses passos falhos
Guiassem minha marcha à ilusão
Despindo meu coração em talhos
Saciando a sede de minha razão
Quem me dera livrar-me dos modos
Permitir a cegueira do desejo
O apetite que vaza de meus olhos
Encarcerado no amor que versejo
Não fosse a mente encabulada,
Tirana maldita!
Não fosse a língua acanhada,
Parva aflita!
Meus lábios sorririam com glória,
Meu peito com gratidão
Seria minha paixão liberatória
Que arrancaria o medo da desilusão
Meu corpo tornando-se a pele de quem nunca se ouviu
Nossos olhos desnudando a paixão
Meu riso salvo doutro canto vil
Minha alma rindo face à fabulação
A, quem me dera o almejo do tempo
Para mudar aquele instante condenável
Quando neguei-lhe com acanhamento
Esse sonho agora friável
Quem me dera, meu amor
Poder tocar-lhe o rosto
Apagar de meu peito antiga dor,
Esse rancor imposto
Descobrir seu olhar que me segue
E viver enfim,
Viver de alma entregue
Guiassem minha marcha à ilusão
Despindo meu coração em talhos
Saciando a sede de minha razão
Quem me dera livrar-me dos modos
Permitir a cegueira do desejo
O apetite que vaza de meus olhos
Encarcerado no amor que versejo
Não fosse a mente encabulada,
Tirana maldita!
Não fosse a língua acanhada,
Parva aflita!
Meus lábios sorririam com glória,
Meu peito com gratidão
Seria minha paixão liberatória
Que arrancaria o medo da desilusão
Meu corpo tornando-se a pele de quem nunca se ouviu
Nossos olhos desnudando a paixão
Meu riso salvo doutro canto vil
Minha alma rindo face à fabulação
A, quem me dera o almejo do tempo
Para mudar aquele instante condenável
Quando neguei-lhe com acanhamento
Esse sonho agora friável
Quem me dera, meu amor
Poder tocar-lhe o rosto
Apagar de meu peito antiga dor,
Esse rancor imposto
Descobrir seu olhar que me segue
E viver enfim,
Viver de alma entregue
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Descubra-me.
- Cora Rodrigues
- Sou fruto da nudez de meus instintos e da pureza de minhas paixões