vem, pão e vinho
abastecer o vazio
de meu saber
gira, vira o mundo
traz o homem moribundo
pra me querer
cai, vomita e tira
essa bizarria
dentro do meu ser
vai, mas traz de volta
essa alegria e revolta
do meu viver.
olha, me leve contigo
e leve consigo
meu jovem amor
olha, não ligue pro falso,
meu singelo e descalço,
inusitado amor
vem, me pega e me leva
me gira e se entrega
vem perder o pudor
vai, suma e consuma
doutra nova alguma
mas traz de volta o ardor
pois veja, mesmo assim rochoso
meu coração indecoroso
quer pulsar por teu calor
pois sinta, por minhas veias ébrias
correm todas as misérias
e júbilos desse bisonho amor
mas por favor, não deixe
que esse galanteio
vire esquecido recreio
só agora, não desleixe
ponha teu amor em meu seio
(pois sem teu sabor, vagueio)
até onde o tempo nos leve,
sem que a rotina nos supere
e a paixão desvaneça
e o fim nos apeteça
e leve meu amor, ai
e leve meu enganoso amor
domingo, 30 de agosto de 2009
domingo, 23 de agosto de 2009
Tripalho
Amanhã verei o samba chegar
O amor balançar
E a platéia sorrir
Ontem vi a dor se afogar
O patrão se matar
E a miséria sumir
Mas hoje acordei dum sonho, ofegante
Recitei a verdade narcotizante
Para alguém comigo acordar
Mas se agora os cegos andantes
Marcham o hino, ignorantes
Como eles hão de se indignar?
Se esses animais transcedentes
Fadados à cegueira imanente
Morrerão sem ver,
Quem há de humanizá-los?
Esses macacos domados,
Quem há de salvá-los
Do sistema inexorável?
Da rotina intragável?
Pois sendo pródigos em esquecer
Ao enxergarem sem ver
Cederão à cômoda cegueira,
Permanecendo na estupidez mundana,
Na insensatez derradeira,
Na eternidade profana
Pois prezando assim a solidão
Dando à divindade toda a razão
Vivendo assim na superficialidade
Banalizando a real idade
Morrerão todos sem ver
Vendo o que os olhos rotinizaram
Acreditando no que os olhos ofuscaram
Viverão numa eterna leprosaria
E os olhos lhes negando a verdadeira alegria
Os olhos! Os órgãos!
Negarão todo o saber
Nos afogarão em hediondo sofrer
Pois não é sempre que ao fixarmos o espelho
Podemos nos ver
O amor balançar
E a platéia sorrir
Ontem vi a dor se afogar
O patrão se matar
E a miséria sumir
Mas hoje acordei dum sonho, ofegante
Recitei a verdade narcotizante
Para alguém comigo acordar
Mas se agora os cegos andantes
Marcham o hino, ignorantes
Como eles hão de se indignar?
Se esses animais transcedentes
Fadados à cegueira imanente
Morrerão sem ver,
Quem há de humanizá-los?
Esses macacos domados,
Quem há de salvá-los
Do sistema inexorável?
Da rotina intragável?
Pois sendo pródigos em esquecer
Ao enxergarem sem ver
Cederão à cômoda cegueira,
Permanecendo na estupidez mundana,
Na insensatez derradeira,
Na eternidade profana
Pois prezando assim a solidão
Dando à divindade toda a razão
Vivendo assim na superficialidade
Banalizando a real idade
Morrerão todos sem ver
Vendo o que os olhos rotinizaram
Acreditando no que os olhos ofuscaram
Viverão numa eterna leprosaria
E os olhos lhes negando a verdadeira alegria
Os olhos! Os órgãos!
Negarão todo o saber
Nos afogarão em hediondo sofrer
Pois não é sempre que ao fixarmos o espelho
Podemos nos ver
domingo, 16 de agosto de 2009
Nós, saltimbancos
Será que jamais perceberemos
Que é a vaidade que nos iguala
E a humildade que nos distingue?
Que é a vaidade que nos iguala
E a humildade que nos distingue?
Ânsias sandias
Quero a diferença
Prezo a bizarria
Quando a mediocridade anuvia o talento
Quando a eternidade dura um dia
Morrerei de primorosa overdose
Despojada de regras
Condenada pela cirrose
Iludida com um amor piegas
Embriagada de erotismo humano
Satisfeita com o prazer vicioso
Descobrirei o sexo de um anjo
Aceitarei o afeto indecoroso,
O afago inebriante
Viverei da sedução etérea
Viverei o instante
Navegarei com a intuição
Neste mar sem fim ou limite
E
Ao invés de reformar a paixão
Esperarei que ela ressuscite
Preencha meus seios
Toque minha pele
Roce em minha mente
E serão os mais puros devaneios
Que farão com que eu enfim me entregue
A todos esses anseios
E acordarei enfim dum sonho
Que durou 18 anos inteiros
Prezo a bizarria
Quando a mediocridade anuvia o talento
Quando a eternidade dura um dia
Morrerei de primorosa overdose
Despojada de regras
Condenada pela cirrose
Iludida com um amor piegas
Embriagada de erotismo humano
Satisfeita com o prazer vicioso
Descobrirei o sexo de um anjo
Aceitarei o afeto indecoroso,
O afago inebriante
Viverei da sedução etérea
Viverei o instante
Navegarei com a intuição
Neste mar sem fim ou limite
E
Ao invés de reformar a paixão
Esperarei que ela ressuscite
Preencha meus seios
Toque minha pele
Roce em minha mente
E serão os mais puros devaneios
Que farão com que eu enfim me entregue
A todos esses anseios
E acordarei enfim dum sonho
Que durou 18 anos inteiros
segunda-feira, 3 de agosto de 2009
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Descubra-me.
- Cora Rodrigues
- Sou fruto da nudez de meus instintos e da pureza de minhas paixões