A, quem me dera se esses passos falhos
Guiassem minha marcha à ilusão
Despindo meu coração em talhos
Saciando a sede de minha razão
Quem me dera livrar-me dos modos
Permitir a cegueira do desejo
O apetite que vaza de meus olhos
Encarcerado no amor que versejo
Não fosse a mente encabulada,
Tirana maldita!
Não fosse a língua acanhada,
Parva aflita!
Meus lábios sorririam com glória,
Meu peito com gratidão
Seria minha paixão liberatória
Que arrancaria o medo da desilusão
Meu corpo tornando-se a pele de quem nunca se ouviu
Nossos olhos desnudando a paixão
Meu riso salvo doutro canto vil
Minha alma rindo face à fabulação
A, quem me dera o almejo do tempo
Para mudar aquele instante condenável
Quando neguei-lhe com acanhamento
Esse sonho agora friável
Quem me dera, meu amor
Poder tocar-lhe o rosto
Apagar de meu peito antiga dor,
Esse rancor imposto
Descobrir seu olhar que me segue
E viver enfim,
Viver de alma entregue
quinta-feira, 5 de novembro de 2009
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Descubra-me.
- Cora Rodrigues
- Sou fruto da nudez de meus instintos e da pureza de minhas paixões
Um comentário:
Achei linda essa poesia!
Muito interessante!
Ainda mais com o momento que vivo.
Parabéns!
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