Todo homem anseia
Todo poeta devaneia
Toda criança inventa a dor
Para obter um admirador.
Arranja-se um emprego,
Ganha-se dinheiro,
Foge-se do diabo,
Para contemplar o resultado.
A velha moribunda
Em seu leito de morte pergunta:
Meu filho, tens orgulho do que tenho?
E este responde sem empenho:
O que tens, não consigo ver.
E a mulher diz sem se conter:
Mas o que sou, diga-me sem pudor!
Então o filho desiste:
Minha velha, o espelho é teu único admirador.
A velha lutou mas a morte veio
e
Ninguém aplaudiu seu desempenho.
quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009
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Descubra-me.
- Cora Rodrigues
- Sou fruto da nudez de meus instintos e da pureza de minhas paixões
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