De quem é a culpa por meu pranto?
Culpa minha, que corto o encanto
E calo teus impulsos de ardor
De quem é a voz que me desvenda?
É a do mundo, de rouquidão horrenda
Que rotula teu impudor
E este som que me desvaira a carne?
É a vida que lhe passa cheia de charme
E promessas de amor
E esse cheiro de solidão que exalo?
É o perfume da rosa que apunhalo
Para encher-te de calor
Mas que desgraça ter a graça roubada por teu desgosto!
Não é a graça que lhe é tomada, mas bem o oposto
Pois de vadiagem morre a Dor.
Então a libertinagem salvou-me da desgraça?
Minha cara,
Tua alma devassa calou com cachaça todo e qualquer rancor
Mas fadou-te a beber do amor
E engasgar-te na fumaça
De tua própria trapaça,
Morrendo no pico do esplendor
Mas sem nunca degustar da calmaria,
Do mar em terra fria;
Viverá apenas de morte contínua
Renascendo a cada dia para a quebra da rotina
Minha querida,
A libertinagem fadou-te a morrer de alegria!
terça-feira, 29 de setembro de 2009
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Descubra-me.
- Cora Rodrigues
- Sou fruto da nudez de meus instintos e da pureza de minhas paixões
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