Perdoei meu amado por roubar-me o amor
De tantas lágrimas versadas e poucos versos cantados
Perdoei o tempo por sacrificar minha dor
De tantas sinceras e castas carícias,
Efêmeras e esquecíveis malícias
Culpei a liberdade por seu irresistível esplendor
Quantas forjadas renúncias me forço a fingir
Para que se cultive eternamente em seus francos olhos
Tão rara e cândida complacência,
Insuportável e constante carência...
Como agora ousar destruir,
Com minhas garras rasgadas e roídas,
Sua suave e santa inocência?
Seu corpo é a perfeição,
A fantástica e impossível união
Entre a castidade divina da infância
E a culpa prevista no perdão
Mas da efemeridade surgiu o pecado
E em minha cachaça não cabe seu amor
Minha vida tornou-se o mais doce espetáculo
E minha brasa não é mais fruto de seu ardor
Com a dança dos vícios suei meus medos
Meu corpo é fumaça, minha mente é solidão
Tornei-me anjo de asas atadas em terra de desejos
Mas te perdôo por matar nossa paixão
Um comentário:
Essa poesia tem nome... e é linda
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