terça-feira, 23 de março de 2010

Agora que o rancor impera o luto

Se são as mais belas cascatas de mar,
Sua fonte de dor vulgar, que salgam-lhe os poros
Se é pelo teu amor que sangra a garganta ao gritar,
Tema do tremor de teu peito, invisível a meus olhos

Se é pela culpa que vai declarar luto
Cobrir de negro a vergonha de seus atos
Se quando estes me consomem em absoluto
Cobrindo com lamúrias meu amor atado,

Poupe suas escassas gotas de contrição
Salve seus forjados olhares de amor perdido
Guarde com obscena humilhação
Sua depressão e seu discurso já ferido

E quando despencarem desmedidas cataratas de pena,
Assim que estas te banharem com água salgada,
Não me procure por não mais saber dormir
Pois quando de dor o coração bate pela falta
O sangue cessa de correr e os lábios se esquecem de sorrir
E sua esperança a vida mata

E quando acordar com aflição do sonho perdido
Assim que de pesadelos passar a viver
Não me peça de volta o encantamento desmedido
Pois este já não sei mais encenar ou ver

E já não posso perdoar sua calculada cilada
Quando a sangue frio comeu minha carne quente
Pois me esqueci do que era crente,
E de amor, meu amor, já não sei nada

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Sou fruto da nudez de meus instintos e da pureza de minhas paixões