quinta-feira, 8 de julho de 2010

Ode ao espaço geográfico

São as mais belas mãos, desfalecidas e esquecidas
Fim irrevogável de um corpo que não havia de ter fim,

Ah, se fossem as mais justas vontades atendidas
Não estariam descoradas ou distantes de mim!

Mãos celestiais, cândidas e imorais
Em toda sua ingenuidade e complacência
Amando com o roçar suave de carne na carne
Servindo como o mais gélido gelo no coração que arde
E a mais rubra brasa no amor sem imprudência

Ah, por que sórdidos motivos as furtaram de mim?!
Desentrelaçadas nossas mãos,
Os corpos que as seguem movem-se em vão
Vagueiam na saudade e, oh! esquecem-se com a idade
Da solene promessa do amor sem fim

Benditos sejam os sonhos
Por permitirem o encontro das mãos amantes
Para acordarem seus lábios risonhos
Ainda que permaneçam seus corpos distantes

Benditos sejam os sonhos
Pois neles não há distância ou mar
Benditos sejam seus olhos castanhos
Por eles esqueço-me de acordar

Com sua mão em meu leito, o amor está feito
E há de voltar

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Sou fruto da nudez de meus instintos e da pureza de minhas paixões