terça-feira, 9 de junho de 2009

Gozemos em harmonia

Quero da rosa solitária
O perfume furtado
Da brandura ilusória
O valor deslustrado

Quero pela arte negar
Esta dor controlada
Por um sonho vulgar
Da vida emancipada

Quero seu corpo perder
Pois de tão usado, já me canso
O forjado viver
Não mais amo, canto

Cantam a frigidez do ser
Cantam a perdição da rotina
Canto o vício do prazer
Canto minha razão aguerrida

Se hoje a ilusão não é capaz
De recuperar a pureza do pecado
Ao aliarmos massificados cantos
Estorvaremos o porvir condenado

Se na utopia nos esquecemos de crer
Se a paixão deixou então de ser
Todos os corpos devo amar
Para enfim à liberdade retornar

Quero da verdade simbólica
Recuperar o homem perdido
Quero do prazer simplório
O real inibido

Quero ao longe amar
Ao som mais virginal
Quero na vida sambar
Com meu ímpeto animal

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Sou fruto da nudez de meus instintos e da pureza de minhas paixões