terça-feira, 12 de abril de 2011

Oração ao esquecimento

Ave Solidão, tristeza imaculada
O desespero é convosco
Maldita sois vossa presença entre as noites
e bendito é o fruto de vosso ventre, as lágrimas
Santa Solidão, Mãe da beleza
Enxugai o pecado de meu corpo,
Agora e na hora de minha redenção,
Torturai cada veia de minha carne,
Secai o sangue de meu coração
Agora e na hora de minha sorte
Maldita seja sua voz nesta noite
Agora que o véu de estrelas esconde o luar
Exorcizai os erros em mim
Ave Solidão, cinza do passado
Apagai de mim o tempo,
Cicatriz lasciva da paixão
Apagai as linhas de aflição,
Talhadas em meu corpo e respeito


Limpai as lágrimas perversas
Que salgam meu corpo com pecado
E fazem de meu sorriso
Cicatriz do amor dilacerado, amém

Um comentário:

Joana disse...

Suas palavras têm um 'quê' delicado que deixa de ser literário e se torna pessoal, porém não rompe as barreiras de uma força latente no domínio da língua. Cada vez mais admiro sua obra poética.

Descubra-me.

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Sou fruto da nudez de meus instintos e da pureza de minhas paixões