segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Meu fim por esses belos pecados

Isso que controla minhas mãos
Tornando-me animal de escárnio,
Esse bicho inglório
Carente de razão

Isso que me define capaz
Num momento de ingrata euforia
Tornar-me capataz
De minha própria alegria

Isso que esclarece meu viver
Que faz de mim meu títere
Empurrando-me no passo do querer
Fazendo do mundo minha síntese

Isso que planta em meu peito a ventura
De saltar nas incertezas
De rir com pura ternura
Mas fazendo de mim, hélas, ingrata burguesa

Isso (que canta em mim), a libertinagem
Faz de tantos erros minha glória
Lota meu corpo e coração de vadiagem
E faz do amor a verdade simbólica

Verdade que infiltrará em meu sangue
Penetrará por todos orifícios
Até que minha carne se zangue
E rebente por suplício

A paixão voará então pelos ares
Afastando de cada homem os males
Deixando-me no mundo como mártir,

Meu corpo explodido de amor
O sangue jorrando amor
Meus olhos, mortos de amor
Minha vida, morta por amor

Ai, quem me dera tão honrosa dor!

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Sou fruto da nudez de meus instintos e da pureza de minhas paixões