segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Quando mentem os poetas

Já se foi o tempo de ternura e tentação
De beleza e inspiração

O tempo de sofrer por assassino amor
De chorar por querer a dor

Tempo em que a razão não me impedia
De amar quem me agredia

Tempo em que o pecado era desejado com atraso
E o afeto então abortado

Deste tempo nada restou além da cicatriz
Deste sonho digno de casta meretriz

Deste tempo vejo a candidez se esvaindo
Meus versos morrendo e meu coração fingindo

E agora o que escorre de meus lábios é a podridão
Meu hálito mefítico de pecado e desilusão

Agora o tempo pára para apagar minha dor
Reduzi-la a uma lembrança sem valor

O tempo pára para me dizer
Que amar não é apenas sofrer
Tampouco esquecer
Ou aceitar
Renegar,
Mas gritar
E lutar
Por seu querer

Então veja só!
Todos estes anos de falso amor
Minha saliva restringiu-se ao impudor
Meus lábios cerrados
Meus atos acalentados
Por aqueles por quem sonhei
Aqueles que nunca de fato amei

3 comentários:

Anônimo disse...

Muito bom mesmo.

Anônimo disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Anônimo disse...
Este comentário foi removido pelo autor.

Descubra-me.

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Sou fruto da nudez de meus instintos e da pureza de minhas paixões