terça-feira, 8 de junho de 2010

Quando os amantes se entregam à insanidade do óbvio e se esquecem da realidade do amor

Dos pregos em minhas mãos encravados, restaram rubras chagas
Supuram meus pés com os vestígios de injusta penitência
Nos ossos as cicatrizes da cruz de espinho em que me meteram
De meus olhos deita o sangue do tormento
Que incineraram-me em público linchamento
Que nada em mim viram além de carcaça oca sem moral ou coração
Que ainda que aqui em meu peito não caiba nada além de paixão
Que mesmo predestinada seja minha alma a explodir de sentimento
De vida pulsante só encontraram atrevimento
Nos meus bramidos só ouviram o que perderam
Sussurrando em seus olhos chorei pela ausência
Dos seus olhos cegos ao amor, aquele que dei-lhe quando me crucificavas

Que preferiu seu coração acreditar
Que quando a todos me entreguei
Não quis eu te amar
E olhe agora o que me tornei
Seu animal que desacato
Seu passado perdido
Seu erro de estúpido coração pacato
Meu coração rendido,
Para sempre dilacerado
Para sempre, olvido

E olhe agora o que me tornei:
A mais oca ilusão
E olhe agora o que tornei:
A peçonha da solidão

Agradeço-lhe por ter sido meu rei
Sem fazer de mim rainha
Não mais me darei
Agora sou mais que minha
Sou todos os gritos do mundo
Guardados em mim sozinha

2 comentários:

Unknown disse...

me lembrou uma frase... não sei se faz sentido, mas "quando eu jurei meu amor eu trai a mim mesmo".

faz?

Tiel Lieder disse...

faz...

Descubra-me.

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Sou fruto da nudez de meus instintos e da pureza de minhas paixões