quinta-feira, 17 de junho de 2010

Que rasguem minha carne, minha vida não será em vão

Estranho silêncio o dessas almas rompidas
Clamando em sonhos o que calam em vida
Funesto viver sem palavras para dar...
Injusta penitência a de oferecer para cobrar

Miserável destino o dessas almas sem Poder
Pois sem Poder não passam de sentidos calados do saber
Pobres diabos, desamparados e injustiçados
Que desventura lhes dar o sorrir sem ensiná-los a sentir!

Pois então urrem os mudos suas lástimas e lamúrias,
Enxerguem os cegos o que nosso olhar já esqueceu
Cantem os poetas a melancolia da rotina,
Morram os já falecidos de injustiça doentia
E renasçam os heróis dos sonhos meus

Quanto a mim, deixo lábios e corpo calados
Pois não hei de conformar-me com os atos
Dos torpes e injustos e ingratos...
Proclamarei a liberdade da igualdade,
Calarei-me com os mudos
Com os cegos não verei
Juntarei-me aos surdos
E da vida me despirei

Que é na simplicidade que a alma se eleva
E na cobiça que o sorrir se enterra
Serei a vida nua de vida
Serei o silêncio da revolução inibida
Serei o que foi e não mais será
Serei a razão de amar
Serei a razão
Serei o não
Serei, não
Não serei
E assim será

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Sou fruto da nudez de meus instintos e da pureza de minhas paixões