sábado, 21 de fevereiro de 2009

Carolina

Carolina, venha comigo
Que o tempo é fugaz
Venha, num futuro contido
De paixão e nada mais

Oh Carolina, dê-me teu amor
Vamos separá-lo até não existir mais dor
Cortá-lo em partes iguais
Para tornarmos imortais

Dê-me teus sonhos então
Vamos deixar com que sejam uma velha ilusão
Vamos transformá-los em realidade
Apenas parte de nossa bela insanidade

Carolina, maestra da rima
Como teu canto me alucina!
Carolina, é brilhante tua sinfonia
Vamos logo para cervejaria!

Menina de admirável temeridade
Garota, quem se importa com a idade
Quando tua mente supera a perfeição?
Quando teus olhos transbordam a razão?

Carolina, é venenosa tua doce pureza
Como é louca tua incrível beleza
Carolina enfeitiçou minha mente
Tirou-me dessa realidade delinquente

Não chore, Carolina
Pelo canto de teu coração
Não perca esse mundo que te ilumina
De tão clara e bela paixão

Cante para a vida, Carolina!
Veja como é perfeito teu ser
Entregue-se à essa linda harmonia
Que te cobre de poesia e de saber

Menina, você veio de um mundo
Repleto de desvarios e ilusões
Vêm de um passado imundo
Castigado por arrependimentos e traições

Mulher de perfeição inibida
Rara poetisa, possui o dom da arte
Rainha contida,
Não ligue para o mal que já parte

Carolina, venha comigo
É em teu mundo que posso viver
Venha, num sonho contido
De poesia e de saber.

Vêm, o trem parte ao amanhecer
Vêm, sem você não sei ser
Vêm, já está na hora
Mas sem você não vou embora.

Um comentário:

Anônimo disse...

Carolina, nos seus olhos fundos guarda tanta dor, a dor de todo esse mundo
Eu já lhe expliquei que não vai dar, seu pranto não vai nada ajudar
Eu já convidei para dançar, é hora, já sei, de aproveitar

Lá fora, amor, uma rosa nasceu, todo mundo sambou, uma estrela caiu
Eu bem que mostrei sorrindo, pela janela, ah que lindo
Mas Carolina não viu...
Carolina, nos seus olhos tristes, guarda tanto amor, o amor que já não existe,
Eu bem que avisei, vai acabar, de tudo lhe dei para aceitar
Mil versos cantei pra lhe agradar, agora não sei como explicar

Lá fora, amor, uma rosa morreu, uma festa acabou, nosso barco partiu
Eu bem que mostrei a ela, o tempo passou na janela e só Carolina não viu.


Chico Buarque, de novo

Não sei escrever, mas sei apreciar coisas boas

Descubra-me.

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Sou fruto da nudez de meus instintos e da pureza de minhas paixões