quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

Cuspindo tua peçonha

A pouco pretendi esquecer
Deixei minha mente cair
Deixei meu corpo te perder
Fiz a amargura enfim escapulir

Toco agora a liberdade
Amo agora a realização
Conheço então a verdade
Mas por que duvida o meu coração?

Diga-me que estou certa
Engane-me com teus lábios
Limpe a ilusão que vaza incerta
Ajude-me nesses atos falhos

Por que desavenho?
Me diga a razão para tamanha dúvida!
Não acredito, mas despenco
Do mais alto pico da mente lúrida

E parecia-me tão exata
Essa certeza tão incerta
Parece-me então tão errada
Essa tristeza coberta

E outros espectros dançam
Num baile estouvado
E essas vozes cantam
Penetram em meu coração dilacerado

Logo percebo o que já havia cometido
Que horror, não me ensinaram a gostar
Não gosto do que não amo, não gosto do já vivido
Não gosto do som da palavra entregar

E entreguei-me a você
Entreguei-me ao meu tresvario
Entreguei-me sem poder, à tua mercê
Entreguei-me a um beijo vadio

E assim entregando-me percebi
Que na ciranda da paixão
Não vale mais mentir
Só vale abrir mão.

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Sou fruto da nudez de meus instintos e da pureza de minhas paixões