quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

Nossas frívolas vidas

Todo homem anseia

Todo poeta devaneia

Toda criança inventa a dor

Para obter um admirador.

Arranja-se um emprego,

Ganha-se dinheiro,

Foge-se do diabo,

Para contemplar o resultado.


A velha moribunda

Em seu leito de morte pergunta:

Meu filho, tens orgulho do que tenho?

E este responde sem empenho:

O que tens, não consigo ver.

E a mulher diz sem se conter:

Mas o que sou, diga-me sem pudor!

Então o filho desiste:

Minha velha, o espelho é teu único admirador.


A velha lutou mas a morte veio

e

Ninguém aplaudiu seu desempenho.

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Sou fruto da nudez de meus instintos e da pureza de minhas paixões