domingo, 12 de julho de 2009

Delírios dispersos

E por nunca me entregar
Fui condenada a ser minha
E ainda que o espelho me sorria
Amor não há
Sem qualquer idolatria

Minha ilusão já me tomou a certeza
Mas que alegria! Jamais quis a pureza
Da absolutamente estável razão
Quero mais a insensatez, a aventura
A imprudência, a loucura!

Dizem por aí
Que amar é se entregar
Cantam por lá
Que amar é se enjaular
Digo por aqui
Se submeter a um é aceitar a decrepidez do coração
É se sujeitar
A viver sem a esperança e a ilusão
É renegar
O amor de todos, animal
Do natural se esquecer
É, por fim, trucidar
A verdadeira essência do ser


E pela relutância de minha mente em se entregar
Decido logo que mesmo atentando,
Enraizando meu coração na razão
Deixarei para depois o tango
De esmera e pura paixão

Para agora, digo logo
Não darei a mão ao vento
Ao incomutável presente
Frente a solidão, alento
Pois da libertinagem se exclui o amor impertinente

Nenhum comentário:

Descubra-me.

Minha foto
Sou fruto da nudez de meus instintos e da pureza de minhas paixões