terça-feira, 7 de julho de 2009

À jactância de todos os homens

Se de minhas calúnias
Fogem teus sorrisos,
Se de minha fúria,
Surgem teus motivos

Cale-me logo, antes que me emudeça
Já que fora tão sincera minha pureza
Diga-me qual minha certeza
Já que é tão clara minha transparência

Se outros olhos despem minha alma
Quem há de ver a calma
De meus falsos suspiros,
Agora que com o tempo iro?

Se de minha dor vazasse a verdade
Se meu corpo aclamasse meus atos
Se da vida restasse a sinceridade
Se não existissem amores caricatos

Saiba que sobreviveriam os incertos delírios
As incertas rimas rogariam com solidão
E por meticulosa vaidade
Incitariam espontâneos suspiros
De deleitosa e terna ilusão

Mas se em meus sonhos não se manifestasse
A molesta, ainda que inevitável dor
Veja, minha mente jamais provaria do amor!
Pois sem o pesar não vejo a ventura
Sem o gelo não fervo com calor
Meu corpo não amolece sem a amargura
De outra inviável boca de ardor

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Sou fruto da nudez de meus instintos e da pureza de minhas paixões