domingo, 12 de abril de 2009

Facínora

O mundo começa agora, a cada nascer
O Sol traz então a esperança
À imensa dor dos homens
Que nascem para morrer

O passado agora guia
Os passos dos fracos
A lembrança novamente os prende
Ao futuro fracasso

O que sei é tão certo
Sei no que acredito
Sei meu desejo incerto
Sei que não sei saber
Nem eu ou ele
Que não sabe ser, existe ao ter
Mas o que têm é tão pouco,
É vital ter mais
É pouco querer o mundo
Nada nunca é demais

Ele têm o ouro que roubou dum corpo nu
Tem o crer tolo de que os homens cabem a um

Roubou e molestou
O que restava da humanidade
Cuspiu e estuprou
O que um dia foi liberdade

E Criou

O Certo que condenou
A Moral que difamou
A Preguiça que suicidou
A Verdade que enganou
O Poder que enlouqueceu
Levando-nos a esquecer
Do que um dia foi viver
Do que pensávamos saber
Do que agora jaz sobre nossos pés
Preso, ignorado
Corrompido, odiado,
Queimado com outros infiéis

E nós aqui sentados
No ócio sendo igualmente enterrados.

4 comentários:

Pedro Costa disse...

Ótimo...
Nada mais...

Anônimo disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Anônimo disse...

Lindo,
Perfeito o poema

Anônimo disse...

antropofagia e esquizofrenia da arte

Descubra-me.

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Sou fruto da nudez de meus instintos e da pureza de minhas paixões